Obs. Texto sem nexo, sem gênero, sem qualidade, sem nada. Apenas um quase-conto, quase-crônica, projeto de poesia que precisava ser escrito, que precisava ser postado. Apenas um punhado de pensamentos quase-soltos presos a um tempo no espaço.



Quase parada, quase em movimento, em uma dança de nome ainda indefinido. Apenas fingindo acompanhar a batida da música, permitindo que a semi-escuridão esconda o quão avidamente ela o devora com o olhar. Sentindo-se tão perdida, sabendo que não pertence a nenhum lugar.

Apenas observa, sentindo o tempo passar escorrendo entre seus dedos de longas unhas vermelhas (tão comuns ao mundo, tão distantes de si mesma). O tempo passa enquanto se esgotam suas chances de fazer de sua noite algo melhor que outro arrependimento. E ela sente o próprio mundo girar, enquanto um novo sol se prepara para nascer.

Mas a dor toma seus pés desabituados àquela estranha vida de noite repleta de luzes coloridas, onde não há lua nem estrelas. Talvez note que o mundo acaba lentamente. Mas nada importa como a maneira em que poderiam queimar. Não enquanto o tempo ainda contar.

Despertando-a de um mundo-quase-paralelo vêm as palavras tão parecidas com as construídas em seu diálogo mental. Todo o universo ao menos uma vez colaborando ao seu favor. A menina-mulher tem todo o mundo a seu dispor, mas não tem a si mesma. As palavras quase decoradas não saem, perde-se em palavras comuns e não planejadas. Palavras não poéticas, palavras tímidas e erradas.

E o mundo desaba, sua noite acaba antes que o sol possa seus cabelos desalinhados tocar. Seu anjo, mortal e pecador, desaparece entre a multidão imersa na noite e na não-poesia. Sem volta, sem uma doce despedida.

Para a jovem vampira a noite é apenas poesias, brigadeiro e filmes de cavaleiros em batalhas estelares. É apenas incompreensão e arrependimento. Mais uma vez a noite acaba e o mundo continua sem um final digno de Hollywood. Enquanto em algum lugar lá fora a lua cheia brilha para os que se dão ao luxo de confessarem-se apaixonados.

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