Game Over



Morrer sem dor.
Viver sem amor.


O destino escolhido, um caminho quase errado. Mas quase errado é quase certo, você sabe que é. Suba, vire à direita, chegue ao final por todos os caminhos possíveis. Vença, por mais que não ganhe nada.

Sorria sozinho,
Sem carinho.


O mundo lá fora passa, mas não passa por aqui. O som daqui é outro, foge através das cordas de uma guitarra digitalizada. Lá fora pode haver buzinas, pode haver gritos e som de tiros, mas aqui tudo é suave sob o som de elaborada música virtual. Pode haver, em algum lugar, o som da barriga roncando. Pode ser que exista a fome.

Fome? Estas mãos manchadas não lhe deixam conhece-la. Manchadas entre tons de chocolate e salgados corantes empacotados.

Julgam pela aparência
Inconscientes de sua consciência.


Deixe eu me aconchegar em seus braços e não perca o controle. Não deixe os zumbis devorarem seu cérebro. Valiosa massa cinzenta! Sei que minha presença é bem-vinda. Algo raro, considerando quem sou. Sendo a vilã dos amores platônicos e dos casais recém-separados.

Mas entre um copo de Coca-Cola e uma nova fase sou sua ausência de companhia. Sou sua estranha amiga, entre noites viradas e ensolaradas tardes perdidas. Costumo ser simpática com os que me recebem de braços abertos. Não sou a solução dos problemas, mas a fuga deles.

Das imaginárias viagens medievais
Nascem amizades absurdamente reais.


Vença, salve a pequena princesa dos perigos iminentes. Que princesa, afinal? Nenhuma há de suspirar diante do cavaleiro que você sempre almejou ser, do jovem gênio que já é. Nenhuma abandonaria a luz do sol por tua pequena presença sobre-humana.

Posso ver seus sonhos, posso ver seus medos, suas frustrações. Sou parte de você, não posso ser uma companhia afinal. Seria paradoxal.

Não vá tão longe, é claro que será grande, mas não para todos. Suas qualidades podem fazê-lo astro da história, não de Hollywood. Seus sonhos podem ser sua destruição, suas frustrações podem leva-lo de herói a vilão.

Sem esperar qualquer paixão
Sem sofrer a dor de uma traição.


Apenas siga brincando de eterna infância. Apenas troque brevemente este controle pelo teclado discreto de outras telas. Apenas finja viver, às vezes. Por que crescer, afinal, quando tudo o que se precisa está aqui? Quando a felicidade está em não procurar por ela.

Deixe que os anos passem suavemente, que modifiquem a face apenas para aprimorar a mente. Permita que o tempo o envolva em sabedoria. Então um dia, quando não formos mais inseparáveis, virá me buscar, por vezes, como um avelha e nostálgica amiga.

Morrer no amor
Viver sem dor.


Afinal, sou a solidão. Quando meu jogo acaba resta somente seguir minha solitária caminhada em busca de novas companhias.

Categories:

One Response so far.

  1. "Então um dia, quando não formos mais inseparáveis, virá me buscar, por vezes, como uma velha e nostálgica amiga. "

    *-*

    Ok, agora me sinto obrigado a ler o resto do blog ):

Comente!